Quando eu tinha 17 anos, eu sabia de 2 coisas

  1. Eu era indecisa 
  2. Eu era inteligente (ou pensava isso)
E nessa de não saber o que fazer da vida eu também sabia que precisava fazer uma faculdade. Eu adorava as aulas de história e via na minha professora alguém inspiradora. Ela era inteligente, centrada e sabia usar o sarcasmo na hora certa para calar as bocas dos garotos que tentavam diminuir ela por ela ser mulher. Então eu decidi que prestaria história. 

Nesse mesmo ano visitando a Unicamp, uma mulher do centro de pedagogia que aplicava uma espécie de teste vocacional em grupo, me perguntou se eu queria passar a vida dentro de uma sala escura lendo textos. Eu me senti ofendida, sei lá porque e bruta respondi que tinha certeza sobre a minha escolha. Em um churrasco de família meses depois um parente conversou comigo sobre o que eu queria fazer e eu reafirmei a escolha pelo curso de história. Ele basicamente me fez chorar e me ofendeu, até hoje não consigo falar com ele como falava antes, e no final me fez dar chance a outro curso. Que também escolhi porque era boa e gostava da matéria: Relações internacionais.

Naquela época eu não havia percebido como descartei sem nem ao menos pensar direito o curso que presto hoje. Eu só sabia que gostava de história e geografia e principalmente que tinha que decidir algo naquele instante porque o tempo estava acabando. 

Eu prestei vestibular para USP naquele ano, sonhava com são paulo e uma carreira linda. Uma vida melhor depois que saísse da faculdade e que ao mesmo tempo eu poderia trabalhar com refugiados e falar com pessoas de várias nacionalidades. Eu não passei, por 15 questões. Acertei 45 e a nota de corte foi 59. Chorei e nem consegui me sentir feliz pelas minhas amigas que passaram acertando o mesmo que eu.

Agora eu estou prestando faculdade novamente. Ano passado descobri que não conseguia nenhuma bolsa e então nem arrumando um emprego eu poderia pagar a mensalidade. Chorei. 

A diferença entre a Bruna do terceiro ano e a Bruna de agora é: estou cansada. Grande parte das minhas antigas e novas amizades estão se formando. Trabalhando. E eu estou revendo conteúdo do ensino médio novamente, um conteúdo que eu não consigo absorver por inteiro.

As vezes eu acho que fiz escolhas que não me levaram onde eu queria, apesar de ter um técnico que acabou por ajudar a ver que eu gostava de arte e comunicação muito mais do que somente ler e ler, analisar e escrever teses. 

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