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 Existe um grande problema de ser introvertida. Um problema maior do que acabar isolada ou ser conhecida como a muda do lugar frequentado. O problema é ser alvo dos grupos já formados.

E você pode falar: deve ser paranoia sua. E eu direi: sim, minha insegurança e imaginação fertil podem estar catalizando o processo mas a situação existe. Grupos sempre precisam de um Judas. Alguém estranho, conhecido mas temido porque ninguém do grupo decifra qualé do sujeito, e ao mesmo tempo desprezado por ser exatamente quem ele é.

E aí você diz: mas você, com mais de 20 anos nas costas está com medo de bullying? Sim e não. É que eu não quero ser Judas. Eu prefiro passar sendo um fantasma que ninguém lembra, o que pode ser triste, do que ter meu nome e ser como assunto em rodinhas de deboche. Porque eu sou introvertida, então eu demoro para fazer amigos mas se eu viro alvo eu não consigo fazer nenhum amigo. E apesar de tudo, eu sempre quero fazer amizades e conhecer pessoas interessantes ( para mim, claro).

Eu sei que eu não sou a pessoa mais interessante do mundo, mas é que eu preciso confiar nas pessoas que elas não irão me levar a sério em alguns momentos. E que vão entender quando eu estiver falando sério e de coisas "sérias" com humor e sem preocupação sobre terminologias ou grandes discussão ideológicas e de processo. Não quero ser judas, não quero passar 3 anos desconfiando de todo mundo...




*ADVERTÊNCIA: O OTP NÃO É UM BOM MOTIVO PARA VOCÊ ASSISTIR ESSA SÉRIE. VOCÊ DEVE ASSISTIR ESSA SÉRIE PORQUE ELA É MUITO BOA E LOUCA. ETS.*


Estou assistindo Arquivo X, por indicação da Lo. Uma série sobre ets e coisas estranhas com base em casos sem solução do FBI. A época da produção é a mesma da série: começa e 1993 e vai até 2002. Quem cuida desses casos é o Agente Mulder e a agente Scully, o crédulo e a cética. Sendo assim uma das coisas mais legais é o relacionamento entre os dois agentes principais: Mulder e Scully. Sem nenhum spoiler o que eu posso dizer é que existe 2 duplas: a criada pelos roteiristas e a dupla recriada pelos atores. Dá para sentir a diferença.

A dupla criada pelos roteiristas é uma dupla de irmãos. Desde começo. Scully é a irmã mais nova do Mulder. Ele irrita ela, ela o acha bobo e esquisito. A diferença entre eles é entre 5 e 10 anos, eu não consigo me lembrar bem a data de aniversário deles e não vou pesquisar agora. Mas deve ser isso. Várias coisas que acontecem com a irmã de Mulder, acontece à Scully. Ele lembra o pai dela. Ela tenta sempre corresponder as expectativas dele e o socorre a todo momento. Ela é colocada como mãezona e tem dilemas quanto a maternidade desde o começo da série.

Mas uma coisa são os personagens na mente de escritores. Alguns chegam até interpreta-los mas assim que você pede para um ator tomar vida para aquele ser que somente existe nas páginas ou numa bloco de notas, tudo muda. O ator dá características próprias ao personagem, são tantas que é desse jeito que muitos identificam bons atores: lhe dão papeis clássicos que milhões já interpretaram, assim existe um ponto em comum, um ponto avaliador. O que acontece é que quando Mulder e Scully foram interpretados por David e Gillian e  principalmente quando os dois interagiram algo novo apareceu. Uma química inesperada entre os atores, dando uma tensão sexual não existente nas páginas do roteiro. Apesar dos criadores,aka: criador da série, produtores e roteiristas, ao longo de temporadas tentarem conter e manter o romance em algo platônico, os próprios fãs aumentaram ela e o pessoal do marketing adorou.

Como eu, ás vezes, estudo roteiro, eu fico tentando acertar o que é parte dele e o que saiu para além dele. O romance entre os agentes foi algo que saiu do controle do criador da série. Talvez seja o fato que ambos atores sejam charmosos e quando sorriem fiquem tão lindinhos. Talvez os criadores não perceberam que não deixaram claro o relacionamento de broderagem e só broderagem entre os dois. Ou eles só desejavam manter a série focada em ovnis, conspirações e dois detetives sérios e competentes focados em seu trabalho.

Mas não dá para negar que o amor/quimica entre Scully e Mulder dá algo mágico na série e que bom que os roteiristas se cansaram, apesar de até hoje o criador afirmar que eles tiveram um romance platônico durante toda a série.

Eu não sei se o romance entre eles existiram fora de toda a mitologia da série. Eles tem personalidades diferentes e os perigos fez com que eles se aproximassem. A verdade é que eles não tem muita inteligencia emocional e se tem, eles tentaram manter tudo sempre dentro dos limites permitidos pela agência.  Há também muitos detalhes não bem expostos durante toda a série que leva o proprio romance a se tornar uma teoria de conspiração, romântica, mas ainda uma teoria da conspiração.

Para começo desde sempre aparecia algum mina muito mais gostosa e bonita que o Mulder e com um guarda roupa melhor que o da Scully para ser seu par romântico durante 1 episodio da temporada. Sempre alguém que,diferente da Scully, acreditava nas paradas esquisitas que ele diz e não ficava com cara de: você é maluco. E aí tinha o episódio onde a Scully pegava um divorciado muito gostoso e simpático mas que Mulder sacaneava. O que pode ser lido como ciúmes infantil de irmão mais velho ou de um cara que não aceita os proprios sentimentos.

E foi assim do começo ao fim. Ou quase isso. Um casal em que nenhuma das partes diz com todas as letras que está apaixonada. Mas que todos os fatos mostram o contrário, um otp que poderia ser estar no arquivo X do Internacional Bureau of Ships. Ou eu tô bem louca mesmo.

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