E ontem sem querer eu dei uma entrevista para um dos jornais locais. E eu falei um monte de coisa, provavelmente repetitivas pois o rapaz ( sim tem um homem fazendo um artigo para o dia das mulheres) me perguntou sobre as conquistas e movimento atual. Mas o que eu poderia falar além das mesmas coisas que todas mulheres em algum ponto reclamam e que feministas há tanto lutam?

Nós conquistamos o direito ao voto mas nossa participação no executivo, no legislativo e no judiciário é em torno dos 10%, mesmo tendo 3 candidatas? Quando ganhamos 15% a menos que nossos colegas de trabalho na mesma função? Quando temos que assistir uns 5 casos de morte e estupro de mulheres cometidos por homens em programas de 1h em qualquer horário na televisão? Quando acham mais problemático a mãe bater no filho que vazou fotos intimas de uma garota com quem ficava do que o fato dele ter cometido um crime e não ser confiável?

Quando eu percebi que tinha ideias feministas e comecei a engajar ( mesmo que distante e ainda pouco) eu já percebia que muitas das coisas que eu luto não terá o fruto colhido agora. Serão as garotas do futuro que não serão silenciadas por serem garotas, que mesmo que acontecer uma violência não ouvirão que a culpa é delas, que poderão decidir sobre o próprio corpo e também não se sentirão obrigadas a serem sonhos masculinos como hoje em dia.

O patriarcado não funciona, é um sistema violento e hipócrita que permite que pessoas só por pertencerem a certo gênero se beneficiem, não por suas habilidades e feitos, mas por serem de certo gênero. Sim, eu acho que não funciona como esperam que funcione. Pois mulheres são pessoas também e não massa de modelar.

É isso.

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